domingo, 15 de março de 2015

Manifestação elitizada mostra quão violenta é a raiva dos privilegiados

Nas passeatas deste domingo (15) que pediam o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o que se comentava é que o ex-ministro Bresser Pereira tinha razão quando afirmou: "Os ricos nutrem ódio ao PT e a Dilma". 
"Surgiu um fenômeno que eu nunca tinha visto no Brasil. De repente, vi um ódio coletivo da classe alta, dos ricos, contra um partido e uma presidente. Não era preocupação ou medo. Era ódio."
"Esse ódio decorreu do fato de se ter um governo, pela primeira vez, que é de centro-esquerda e que se conservou de esquerda. Fez compromissos, mas não se entregou. Continua defendendo os pobres contra os ricos", afirmou Bresser Pereira em recente entrevista à Folha.
Protesto na Bahia: não se via negros
Além de elitista, a manifestação deste domingo parecia quase racial. As imagens abertas, mostrando a multidão, também deixavam claro que a esmagadora maioria dos participantes pertencia a uma classe social privilegiada. Até mesmo nos protestos na Bahia, onde reconhecidamente os negros predominam em todas as manifestações, políticas ou culturais, eles não eram vistos nos protestos.
De acordo com a PM, havia 15 mil pessoas na orla de Copacabana. Levando em consideração que havia muitas famílias no ato, com pais, mães, filhos e até avós, então é possível avaliar que havia cerca de 7 mil famílias nas ruas. Só na Rocinha, comunidade da Zona Sul do Rio, há cerca de 600 mil pessoas. Imaginem quantas famílias há nas regiões mais pobres do país, nas periferias, nas zonas mais sofridas. 
Aliás, a presença de famílias remete também à histórica Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em março de 1964, em reação aos que os participantes da época chamavam de "ameaça comunista", e comandada pelo padre americano Patrick Peyton. A deste domingo acontece num dia de sol, nas regiões mais ricas dos estados, com características claramente elitistas. 


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