Depois do episódio no Leblon em que Chico Buarque foi hostilizado por um grupo de jovens, um homem entrou na livraria de um shopping na Zona Sul do Rio de Janeiro na manhã deste sábado (26) e pichou e rasgou um exemplar do livro "O irmão alemão", do cantor e escritor.
Em uma das páginas do livro de Chico Buarque, a pessoa escreveu: “Petista, hipocrita (sic), ladrão de dinheiro público”. As informações foram divulgadas pelo jornal Correio do Brasil.
Na madrugada de terça-feira (22), o cantor e compositor foi hostilizado por jovens contrários ao PT na saída do restaurante Sushi, no Leblon. Apesar da agressividade dos jovens, o artista permaneceu calmo e ironizou a posição deles, dizendo que “com base na revista Veja, não dá para se informar”. Um dos agressores respondeu: “A minha opinião é a minha opinião”.
A onda de ataques fascistas tem gerado respostas. Um evento já havia sido criado em rede social em solidariedade ao cantor e compositor pelo caso no Leblon, intitulado "Rolezinho para tomar cerveja com Chico Buarque". Na tarde deste sábado (26) o evento tinha mais de 23 mil pessoas confirmadas, e 34 mil interessados.
"Rolezinho com o Chico Buarque para dar um basta no Fascismo da direita contra o governo Dilma. Esperamos que ele compareça. Convide seus amigos...", diz a descrição do evento.
A presidente Dilma Rousseff chegou a se manifestar publicamente na quarta-feira (23) em solidariedade a Chico Buarque. "O Brasil tem uma tradição de conviver de forma pacífica com as diferenças. Não podemos aceitar o ódio e a intolerância. É preciso respeitar as divergências de opinião. A disputa política é saudável, mas deve ser feita de forma respeitosa, não furiosa", destacou a presidente Dilma.
"Reafirmo meu repúdio a qualquer tipo de intolerância, inclusive à patrulha ideológica. A Chico e seus amigos, o meu carinho", completou a presidente.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também divulgou nota, na noite de terça-feira. Para Lula, "é muito triste ver a que ponto o ódio de classe rebaixa o comportamento de alguns que se consideram superiores, mas não passam de analfabetos políticos".
(Jornal do Brasil)
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