GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
O Senado aprovou nesta quarta-feira projeto que
obriga a emissão, de forma gratuita, do novo documento de identidade criado
pelo governo federal há mais de dois anos. O projeto prevê a gratuidade para a
primeira emissão do documento, um cartão com chip que vai substituir a cédula
em papel do RG (registro geral) nos próximos dez anos.
Autor do projeto, o senador Ciro Nogueira (PP-PI)
argumenta que o custo de R$ 40 para a sua emissão é
"muito alto" para diversos brasileiros --por isso o governo deve
arcar com a primeira versão do cartão. O custo foi estimado em abril 2010,
quando o governo anunciou a mudança do documento, uma vez que a identidade traz
um chip eletrônico com informações do cidadão.
"Para se ter uma ideia, o valor orçado
corresponde a quase 10% do atual salário mínimo. Considerando-se a cesta
básica, calculada em abril de 2011, o valor cotado para emissão do novo
Registro de Identidade Civil fica ainda mais significativo", disse
Nogueira.
Relator do projeto, o senador Benedito de Lira
(PP-AL) afirmou que a troca do RG tradicional pelo documento eletrônico vai
proporcionar maior "segurança e eficiência" na identificação do
cidadão, mas não é justo que ele tenha que custear a troca.
"Busca-se,
por meio desta proposição, fazer com que o Estado arque ao menos com a primeira
emissão desse documento", afirmou.
O
novo modelo de identidade será único para o país e terá dez dígitos (uma
sequência de nove números mais um dígito verificador). Hoje, cada Estado adota
uma numeração diferente e sistemas próprios de emissão das carteiras de
identidade, sem se comunicarem.
Em
São Paulo, o documento tem nove dígitos; no Rio Grande do Sul, dez; e no
Distrito Federal, sete, por exemplo. A ideia do governo é trocar todos os
documentos --são 150 milhões atualmente-- em até dez anos.
Nesse
período, as duas carteiras (antiga e novo modelo) serão aceitas, pois a
substituição será gradativa e dependerá da capacidade do governo de aparelhar
os institutos com equipamentos capazes de gerar o documento.
O
modelo da carteira será similar a um cartão bancário com chip, reunirá dados
pessoais, CPF e título de eleitor, e a impressão digital adaptada ao AFIS
(sigla em inglês para Sistema Automático de Identificação de Impressões
Digitais).
fonte: Folha de S. Paulo
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