Chegaram, na tarde deste sábado (14), os 62 médicos cubanos e um brasileiro que vão trabalhar em 28 municípios e dois Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEis) no Estado do Pará. Eles vieram em três aviões da FAB e desembarcaram no aeroporto da Base Aérea de Belém, onde foram recebidos pelo secretário de Estado de Saúde Pública, Hélio Franco; pelo coordenador de Atenção Básica do Ministério da Saúde, Antônio Ribas; pelas cogestoras da Sespa, Maridalva Pantoja e Círia Pimentel; pelo vice-
presidente do Colegiado de Secretários Municipais de Saúde (Cosems), Newton Pereira; além de diretores da Sespa e representantes de movimentos sociais, que deram as boas vindas com flores e bombons de chocolate e cupuaçu. A chuva que caiu na hora do desembarque fez com que todos sentissem o verdadeiro clima paraense.
Do aeroporto, os médicos seguiram em ônibus fretado diretamente para o Hotel Fazenda Paraíso, no Distrito de Mosqueiro, onde, neste domingo (15), começa a Programação de Acolhimento, com uma série de apresentações para que conheçam a situação epidemiológica do Estado, o funcionamento do sistema de Saúde e papel dos colegiados do SUS e controle social. Eles ficarão no Hotel até a próxima sexta-feira (20) quando seguirão para os respectivos municípios.
Na opinião de Hélio Franco, a vinda dos médicos cubanos e brasileiros por meio do Programa Mais Médicos será fundamental para qualificar a Atenção Primária no Estado, que ainda padece de muitas doenças e agravos que podem ser resolvidos e controlados nesse nível de atenção à saúde. Como exemplo, o secretário citou a malária, cujo controle depende de diagnóstico precoce da doença e diabetes e hipertensão arterial, que quando bem controladas evitam o agravamento, sequelas e morte do paciente.
Hélio Franco disse que ainda há muito problema de atendimento, citando que em 2012, 78 mulheres morreram antes, durante ou após o parto, sendo 40% por hipertensão arterial, doença que poderia ter sido tratada durante o pré-natal.
O titular da Sespa defende, no entanto, que saúde não depende apenas da presença do médico mas também de alimentação, educação, moradia, saneamento e renda, que são fundamentais para que a população adoeça menos.
Sobre as críticas feitas por entidades médicas ao Programa Mais Médicos, ele disse que grande parte dos médicos que atua na Inglaterra, Canadá e Estados Unidos são estrangeiros. “O importante é que tenham capacidade técnica e haja um acompanhamento permanente por parte das instituições de saúde, muitos têm mestrado e doutorado”, observou.
O secretário lembrou, ainda, que o Governo do Estado também está investindo em novos cursos de medicina e residências médicas nos municípios do interior do Pará, para fixar mais médicos nas cidades com maior carência.
O coordenador de Atenção Básica do MS, Antônio Ribas, informou que os médicos do Programa Mais Médicos serão supervisionados por 40 instituições de ensino superior, que vão considerar vários quesitos, tais como cumprimento de carga horária, conhecimento e satisfação do usuário.
Ele disse que inicialmente o Programa beneficiará 400 mil pessoas no Pará e dois milhões no Brasil, especialmente nas cidades que têm muita dificuldade de fixar médicos. “O Programa terá novas etapas para suprir a necessidade dos municípios brasileiros”, acrescentou Ribas.
O vice-presidente do Cosems, Newton Pereira, que é secretário municipal de Saúde de Soure, também vê como positivo o Mais Médicos. Ele disse que a vinda dos cubanos foi bastante debatida pelo Cosems em Brasília e no Estado e está sendo vista como positiva pelos gestores municipais de Saúde, que não conseguem fixar médicos em seus municípios, apesar de pagarem salários exorbitantes.
Um exemplo disso está no município de Bagre, que paga R$ 20 mil para um médico ficar 20 dias. De acordo com o secretário municipal de lá, Gleyson Rodrigues de Souza, Bagre vai receber dois médicos cubanos e ele não tem dúvida de que “eles vem para somar, oferecer melhor atendimento à população e trabalhar com humanismo”.
Uma das primeiras cubanas a desembarcar em Belém foi Xiomara Judith Aguilar Carracedo, que atuará em Rurópolis, na Região do Tapajós, juntamente com mais dois colegas.
Ela tem 25 anos de formada e já atuou em outros países da América Latina. Pós-graduada em Medicina de Família, Xiomara disse à imprensa que sua expectativa é positiva e que sua intenção é “cooperar com o povo brasileiro”.
O médico brasileiro Rogério de Amorim Oliveira se formou na Argentina há três anos e vai atuar em Altamira. Ele disse que já conhece o município, teve a oportunidade de fazer internato em Belém e sabe quais são as doenças mais prevalentes na população.
Ele concorda que os médicos formados no exterior passem pelo Revalida, mas disse que as entidades médicas deveriam se informar melhor sobre a finalidade do Programa Mais Médicos e não fazer um pré-julgamento da iniciativa. “Não viemos tirar o trabalho de ninguém, viemos somar com vistas a fortalecer o vínculo entre médico e paciente”, afirmou Rogério.
fonte: Agência Pará de Notícias
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