Enquanto a criminalidade cresce no Pará, o governo do Estado corta recursos para a Segurança Pública. (Foto: Thiago Gomes/Diário do Pará)
Uma vida no Pará vale R$ 181,41. Este foi o valor pago pelo governo do Estado por cada cidadão para garantir a segurança durante todo ano de 2012. O valor – chamado de investimento per capita ou por habitante – é o 5º menor do país em um ranking entre todas as Unidades da Federação.
O Pará fica atrás somente do Amapá (R$ 55,32 por habitante), Piauí (R$ 78,14), Maranhão (R$ 127,08) e Ceará (R$ 171,56). Mas o que chama a atenção é que em nenhum destes outros estados a violência cresceu tanto. Segundo o Mapa da Violência 2013, o Pará teve o maior crescimento em número de assassinatos por arma de fogo, com taxa de 307,2%.
O DIÁRIO comparou os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado recentemente, com o “Mapa da Violência 2013 - Mortes Matadas por Armas de Fogo”, elaborado pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americano (Cebela). De 8,5 mortes por cada 100 mil habitantes registradas em 2000, o Pará saltou para 34,6 em 2010. Entre os estados que apresentaram as mais altas taxas de homicídios estão Alagoas, com 55,3, Espírito Santo, com 39,4, Pará, com 34,6, Bahia, com 34,4, e Paraíba, com 32,8.
Pará, Alagoas, Bahia e a Paraíba estão entre os cinco estados que mais sofreram com o aumento da violência na década. No Pará, o número de assassinatos aumentou 307,2%; Alagoas, 215%; Bahia, 195%, e Paraíba, 184,2%. Neste grupo está ainda o Maranhão, com a disparada da matança, em 282,2% entre 2000 e 2010. Coincidentemente, estes estados – com exceção de Alagoas e Espírito Santo – estão no ranking dos 10 mais baixos investimentos per capita.
Para se ter uma ideia de como é baixo o investimento per capita no Pará, Rondônia investe R$ 486,29 por habitante. Mato Grosso do Sul passou a investir em Segurança Pública, passando para um média por habitante de R$ 395,42. O resultado foi a queda no número de homicídios de 23,9 para 14,8 por 100 mil habitantes.
GASTOS
Os gastos com Segurança Pública no Pará, nos últimos três anos, foram: R$ 1.158.573.722,59 em 2011, R$ 1.419.028.569,14 em 2012 e R$ 1.666.261.052 previstos para o exercício de 2013. Para 2014, caiu para R$ 1.580.811.717, segundo noticiou ontem o DIÁRIO. As perdas se dão principalmente nos Encargos Gerais Sob a Supervisão do Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Civil do Estado do Pará, Polícia Militar e no no Detran.
Ainda segundo o Mapa da Violência, em 2001, a média anual de mortes por arma de fogo no Pará era de 15,1 homicídios por grupo de 100 mil habitantes, contra 40,0 registrados em 2011. Esses números fizeram com que o Pará saltasse da 20ª para a 4ª colocação no ranking de estados mais violentos do Brasil em um período de 10 anos. Em primeiro lugar aparece Alagoas, com 72,2 mortes registradas em 2011. Em segundo lugar, aparece o estado do Espírito Santo, com 47,4 mortes, enquanto o estado da Paraíba surge em terceiro, com 42,7 assassinatos por grupo de 100 mil habitantes.
De acordo com estudo sobre a violência, o intenso crescimento das taxas do estado foi arrastado, fundamentalmente, pela eclosão de violência em sua Região Metropolitana (RM). No período de 1999 a 2010, as taxas do país permaneceram inalteradas. Já no Pará o crescimento foi de 324,4% nos homicídios, o que levou o Estado a ultrapassar, já em 2005, a média nacional e continuar sua escalada. O motor da expansão foi a sua RM, que nesses 11 anos mais que sextuplicou seus índices. Mas o interior não ficou muito atrás: cresceu 228,2%.
(Diário do Pará)
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